27.12.10

inspiração - 002

22.12.10

sem título - 099

eremita
andarilho
cigano por opção

entediado por vocação

apaixonado
esta é uma emoção

emoção de outrora
do tempo que acreditava

que cria existir apenas uma
quando na verdade,
olhando ao redor..
nenhuma

nenhuma que traga a



saudosa
emoção de outrora




nenhuma que tal coração
bata com aquele frio
frio na espinha

tal qual minuano que passa
que gela
congela
mesmo com grosso pala

andarilho a deriva
bons tempos de ventos
fortes que levavam a nau
atravessar o país

onde estará agora
aquela tempestade
que leva vikings longe

que pintam as ondas de branco
estufam a vela e o peito

agora esta calmaria
tediosa calmaria

que venha a tempestade

será esta uma súplica?

25.11.10

sem título - 098


aquele 20 postagens depois do 78

Não é mais que inodora, incolor e insípida a vida.
Mesmo que vivida, quanto mais vivida

mais ainda dela se intoxica

vida insalubre
que de não salobra
envenena

de viver muito
morre.

Único destino desde o princípio
silenciosa e macabra contagem regressiva

dona morte que de cima
ou de baixo
com seu negro manto
conta os dias sem nos contar
ou as parcas
tecendo dia a dia
nosso destino
enquando vivemos
sobre vivemos
até o tão esperado
uns pensam



inesperado


outros des esperados

enfim
um dia
sem mais nem menos


fim

8.11.10

sem título - 097

eu ouço


tu ... hein?


eles ... hãn?

6.11.10

sem título - 096

can can


máquinas dançam can can

máquinas de café, mulatinhas dançam samba

máquinas sentem perfume

gatos cafuné

proparoxítonas máquinas de fazer café

modernas e proparoxítonas máquinas de fazer crochê

e que se ilmunine

máquinas mulatinhas de fazer café

esquizofrênicas máquinas proparoxítonas de triturar futas

curiosas máquinas de estiramento

se pudessem tais máquinas de estiramento

estirar o tempo
tornar cada vão minuto
daquele sabor que emana
sabor que exala
entra pelas narinas
aquele céu
que me absorve
absorver?
reter?
é isso que quer dizer?

talvez só ab sorver
para dis solver
como um suco?
ou açucar no copo?
como açúcar no café?
das máquinas mulatinhas proparoxítonas de fazer café?

dis solver
como a areia entre os dedos

mas molhada não dissovel..
gruda
grudar também é dis solver
iludir
di luir
di minuir
f luir
usu fruir

18.10.10

outras palavras - 001

"não poderia ser diferente

não viria de outra forma tal palavra
pronunciada,
manuscrita/ digitada...
não viria, se não fosse diferente"

Apenas palavras diferentes
de fatos inusitados
de um caos tão bem organizado...
ocorreria tal encontro de palavras,

Abaixo, seguem as palavras que
por acasos e esbarrões pararam em minhas mãos
mãos? email
que agora é o mais fácil meio.

Enfim, um texto da desconhecida Edna.
Tão sã quanto minha pessoa... ou não

"Uma folha em branco faz a gente pensar no que escrever.
Eu não. Simplesmente a folha em branco já me faz saber o que escrever.
As pessoas são diferentes e agem diferentemente uma das outras.
É por isso que eu sou diferente e penso no que escrever antes mesmo de escrever.
Por exemplo, agora não tive tempo de pensar no que escrever, mas a minha mão já se acostumou com o ritmo frenético de escrever que antes mesmo que eu pudesse pensar em algo minha mão já escrevia.
As idéias borbulham em minha mente...
Não sei o que faço para ser normal; intitulada de normal.
Eu sou normal dentro do meu conceito;
Eu não sou louca...
As loucas não sabem o que escrever...
Eu sei...
Então é isso? As pessoas é que são loucas?
Realmente é assim: eu sou normal porque sei o que escrever; as pessoas são loucas porque não sabem o que escrever.
E as colocações? E a conjugação correta do verbo?
Tem que fazer tudo isso?
Saber o que escrever não é saber escrever...
As leis da língua portuguesa nos norteiam.
Mas...
Quem me garante que a língua portuguesa está correta?
Se o texto e a criação são meus eu redigo conforme minhas leis...
Ah então estamos falando da licença poética...
Que bom! Realmente a língua portuguesa é correta.
Eu escrevo errado e ela me protege com a licença poética...
Por quê?
Para fazer uma poesia é necessário errar?
Não.
Mas eu erro você erra e nós erramos.
Não paremos, pois “a vida é efêmera”.
“Vivamos intensamente”...
Não é um pedido, mas uma ordem...
Conjuguei o verbo viver propositadamente no modo imperativo,
Porque se não se obriga, não se cumpre.
O ser humano é assim: até para viver precisa de ordem.
Que patético! Mas vamos terminar pelo menos a folha...
Vamos? Quem vai?
Somente EU estou fazendo esse texto...
Então não é “vamos”, mas sim “vou”!
Estou sendo prolixa em minhas idéias...
O que queria e acredito que tenha conseguido mostrar é a capacidade do ser humano em improvisar textos que não são obrigatórios.
A lei nos inibe e ameniza nossa capacidade de raciocinar em prol de uma dissertação.
Temos que nos limitar a um assunto.
Sou a favor da liberdade de produção de texto!
Mas isso não é possível.
Tudo bem.
Um dia quem sabe isso mude.
Enquanto isso eu fica aqui na esperança de o mundo mudar e ser normal."
"Edna Gomes"

14.10.10

sem título - 095

pois de repente as palavras sumiram..
e aquelas que tão facilmente saiam
tal qual letras que flutuam

pelas músicas que encaixam com teu sorriso
exalam a alegria que emana
tão fluida

por certo, de sorte tal
este homem que a tomar pra si
traz-me a adolescência na sua presença
rara presença
urgência dos sentidos..
som, o som de uma voz tão ímpar... única
hábito quase diário de observar o riso estático
a mulher de olhar melancólico hipnotizante

mulher aquela que consegue me perturbar!

5.10.10

outras palavras - 001

28.9.10

mais do que palavras - 027

Inspiração

uma boa palavra
um dia chego lá

14.9.10

il genes

Eu nunca vou entender porque você é exatamente o que eu quero, eu sou exatamente o que você quer, mas as nossas exatidões não funcionam numa conta de mais.

22.8.10

Ane Amarilo



Companheira madrugada,
quando todos dormem,
quando parece minha a cidade
pela janela o silêncio escuro e alaranjado.

Luz negra com seu toque fantasmagórico.

Quantas noite a insônia veio me chamar?
Que mundo é este onde aterrizei?
Que maldito mundo é este?

Maldito amor enlatado
sem sabor
malditas vulvas sequiosas
desejosas de uma vara que as façam gemer.

Malditas aquelas que gozam comigo.
Rosto rápidos perdidos.
Boca após boca.
Malditas todas.

Pois nenhuma consegue
nem quer
nem deseja comover
e sim gozar.

Que merda é comover?
Que merda é tocar?
Que merda de sentimento se deseja?

O beijo que é apenas o primeiro passo,
nada mais que isso...
A cama de lençóis virados.
Calor salgado,
brisa artificial sobre os corpos.

Cada uma com seu gosto diferente.
Cheiros, toques.

Uma após uma
apenas mais uma.

Que merda de lembrança é esta?

Por que ainda hoje esta presente, como se nada tivesse passado?
Por que ainda este amor, Ane Amarilo?

Quem é esta mulher que lacrou um coração quando foi embora?

Que Outubro foi aquele?

O mês mais intenso dos 37 anos.

Dane-se o juízo.
pois o juízo final decide tudo.

Atitude insensata escancarar
falar sobre assunto enterrado.

Mas sempre esteve em cova rasa.
Muito rasa.
Insensato, dizer que nenhuma mulher se compara a Ane Amarilo,
mesmo depois de quase dois anos.

Está ainda latente.
Ainda está no chuveiro dizendo:
- fecha a água, não desperdiça...

Sim, penso todos os dias,
lembro, fecho os olhos
ainda suspiro e levito quando vejo a imagem flutuando
na minha mente.

Não importam quantas e quem foram as mulheres que passaram em minha cama, nem as que passarem, não desejo o gozo que não seja contigo Ane Amarilo.

Repito hoje e repetirei por longa data.
Não existe outra em minha vida Ane Amarilo, a mulher em minha vida, única é você, independente do tempo e da ausência.

12.8.10

sem título - 097

- Chegou o tempo da solidão.

- Tempo da solidão?

- É..
- Como assim, tempo da solidão?


10.8.10

sem título - 096

aquela metade

vaga neste mundo

metade que ainda não veio

sem título - 095

minutos aqueles

dentro do dia amanhecido

minutos
de lábios desconhecidos

intersecção fugaz

por minutos salva do inerte
sentimento de muito tempo esquecido

agora desperto
e pra que?

10.5.10

cripto

ACNRA.RCøøIOTEøøøABFNMENASNBEADPøAMEÃAMZALS,OøO,!øøEEøøÉøøøFSTUAVøSFVAOAøIOAEIOLUMLNCMøCCTøEODÊOAAÊA

sem título - 094

O restaurante já foi considerado um bordel em outra época,

denominado "IDEAL".
Nome e definição poupam maiores explicações.

Tempo passou, virou restaurante.
O estigma ficou, os freqüentadores, muitos também.
Em gênero, espécie e procura.

É a cozinha mais próxima do prédio, possui boa "maminha", aqui sem duplo sentido.
Também a pizza de atum com champignon.

Música ao vivo, "o melhor da MPB" segundo ele.
entenda-se predileção do cantor/público por Fábio Jr. e afins.

A cozinha mais próxima.
Adorável prazer da observação.

Ela parece uma chaminé, não deve ter menos de 45.
Faz pose para fumar, em sua "consciência" tenha a ilusão que a "pose" demonstre ter classe. Classe em um lugar tão desclassificado.

Traga fundo,
ri soltando fumaça aos socos,
em direção ao teto

Chaminé..

Aquele cabelo não deve mais ser tão negro como a tinta mostra.
Qual falsidade esconde por baixo da tinta, da pose?
Qual seria seu fetiche, ao jogar charme para o guardador de carros
do lado de fora do restaurante?

Onde mora?
Onde trabalha?

Qual a sensação ao pintar os olhos, cada vez mais velhos?
De olhar seus lábios cada vez mais sem vida.
Dia após dia esvaindo a feminilidade.

Ainda sozinha.
Quantas contas para pagar?
Qual e quando terá sido seu grande amor?

Por que nesta idade ainda sozinha?
A pose de mulher resolvida.
Não seria esta a falsidade?
A tinta para cobrir o fracasso como família que não formou?

Onde ficou o desejo pela maternidade?
Será ela mãe?
Avó?

Envelhecerei observando?
Dia após dia, observando mais e mais fios brancos em minha barba,
Olhos que apesar de carregar ainda a infância
já se demonstram tão cansados.

Mãos que não possuem a textura de antigamente.
A seriedade do adulto no espelho,
maturidade, responsabilidade, planos e crescimento.
Contraste com a paixão adolescente de sempre.

Casos e histórias para se contar,
tantas histórias.

Olhos cansados de ver em cada mulher do passado,
em cada uma, um erro diferente.

Cena no ônibus, onde um casal de velhos
bem velhos, no banco da frente
olhares perdidos
passando por uma cidade que se transformou
dia após dia,
frente a seus olhos.

Aliança grossa nos desdos
a mão dela segurando o braço dele,
descansado sobre a perna da esposa.
Com olhar perdido,
num reflexo condicionado de toda a vida
ela afaga o braço do companheiro.
Este responde com uma leve pressão da mão na perna da esposa.
Sem desviar o olhar perdido,
estão ligados,
sempre estiveram.
Não percebem o observador.

Observar o quotidiano
Alegrias e náuseas.

Futilidades,
inutilidades.

Maldito Vinícius que Banalizou o verbo amar
quando ensinou o
"eterno enquanto dure".

Maldito eterno enquanto dure.

O até que, apenas, a morte nos separe.

Não deixarei de acreditar,
anos que passaram
mulheres
frases e fases...

Posso tornar-me um observador idoso
mas jamais me renderei ao
eterno enquanto dure.

Sou ambicioso,
busco a mulher que vai acordar
todas as manhas na minha cama.
Mesmo que jamais use o mesmo travesseiro dela.
Ou a toalha.

Busco a presença, mesmo a respiração em silêncio,
os passos dentro de casa.
O horário de sempre.
As frases e atitudes habituais.

...e na velhice a mão sobre meu braço,
em um afago automático,
como sempre fez, a vida toda.

A pizza acabou,
de volta a realidade.

Aquela que parecia uma chaminé se foi
sem perceber,
perdido em meus pensamentos.


Uma gorgeta,
e ir para casa.

Quanto tempo faz
que seu olhar me perturbou?
Já nem sei.
Desde sempre, talvez.

Estava dormindo, quando você me acordou de madrugada.

Quando me acordou.

3.5.10

sem título - 093

uma vez mais
na mesa do mesmo resturante
com o mesmo cantor
cantando as mesmas canções

as mesmas vadiazinhas procurando sempre novos velhos

dinheiro

hoje o cantor está mais empolgado
a casa está cheia

cheia de gordas
cheia de velhos

e as vadiazinhas

com um careca estranho
que escreve enquanto observa

boa chuva cai

inunda
alaga
entope
transborda
nesta cidade imunda


e chuá
água para cima
lixo para cima
boiando


sobre as incoerências
sobre o arbítrio livre

sobre a morena que está na minha frente acompanhada
sobre estar acompanhado
sobre por que me olha se está acompanhada?

o que está por trás realmente de estar acompanhado

ter apenas uma
sem haver outra no futuro

higlander


e que seja assim para sempre

hora em que pensamentos
descem espinhosos
nó na garganta
que engasga
desce mas não digere

acreditar
em que mesmo?

em belas palavras
em emoções desesperadas?
sequiosas de emoções envelopadas
prontas em frases feitas
excalibur
tua língua em meu mamilo
água e sal

perfil esguio
doce voz dissonante
inebria com cada palavra

13.4.10

il genes - 001


no erguer de sobrancelha
ou no vasto riso,
de mostrar todos os dentes

como consegue conter
esta pura intesidade
de que se faz constituída?

envolta em racional armadura
sinto seus poros
distantes poros
um a um

dilatar

para em coletivo exalar
o saboroso suor
de uma felina

silêncio cheio
de desejo
de vontade

da libido
da vida a dois sem fronteiras

menina
em breve
vai ser uma mulher

como consegue conter em si
a sanidade?
em sã idade

in sã idade

in san idade

que vossa santidade..

insantidade

que acabe na verdade

este eco
de
ade ade ade ade

que peço por caridade

pois me rende a saudade

e mais

ade ade ade ade

pedaço são
de vida
revivida
por este momento

divi dida

moça...
em breve
você será uma mulher

dona de excalibur

por que
não está certo esta
vida
di vida dida

em breve
será a mulher

2.4.10

mais que palavras - 026

29.3.10

sem título - 091

nem bruma
nem leve
nem maresia

nem ao menos palavras soltas

já não fluem mais as palavras como antes fluíam
derramadas sem compromisso outro


que não fosse de encantar


agora...



escorrem

pelo

ralo

do

tempo

resumo para quem não pega no ar
maldita palavra hiberna

22.2.10

mais que palavras - 025

.

19.2.10

sem título - 090

São os bipes alternados das caixas registradoras
que levam a mente fluir
entre bipe e outro

Cada peça em seu lugar
a engrenagem azeitada

Monótono ofício de registrar números
abre a gaveta
confere dinheiro
confere troco
fecha gaveta

e mais
bipe aqui

bipe ali

bipe lá

bipe aqui

bipe lá

digite a senha por favor

obrigado

[volte sempre não se usa mais,
pois, obviamente, votaremos sempre]


então a mente desprende
percebe neste patético ofício

não é o desenho
não é o ganho
nem o gasto

tudo é pasto

é capim de papel
que alimenta

o ir
o vir

com sumir


mas o que alimenta o sonho
aquele de goiabada

é o saber que existe
no mundo
outro ser

que viva na mesma leveza
de notas e cifras
tão diferentes
tão bem desenhadas no ar

o ser
que plana, leve,
mesmo que em pensamento.

a leveza da liberdade
sustentada pelo pesado fardo
da solitude

o sonho [aquele de goiabada]
que dia a dia
se abra o peito
semeie
plante

povoe o pensamento
até tomá-lo,
este ser,
por completo

de ti,
que flutua em
seus pensamentos
dissonantes,
quero apenas
todo teu ser

apenas para todo
nosso sempre

para queimar em desejos
saciar nos passeios
embebedar nas divagações [sem fim]
comover em silêncios
explodir no riso

para desejar cada pedaço molhado,
do duro mamilo à boca sedenta,
do ponto ao laço,
toda esta mulher
por baixo da toalha
que vai cair

que castigue minha derme
com vermelhas unhas cravadas

que sacie meu ouvido
com gemidos
sussuros
teus gemidos
teus sussurros


aqueles que somente
se forem os teus
e de mais ninguém


bipe aqui

bipe lá

bipe aqui

bipe

bipe

bipe lá
bipe ali

pergunta aqui:
- mais alguma coisa senhor?

largo sorriso:
- não, moça, apenas isso.

[o pensamento]:
- não moça nada,
que você possa resolver... =]

12.2.10

mais que palavras - 024

31.1.10

sem título - 089

aquele ir

somado ao aquele vir

pessoas recém acordadas,
ou não dormidas

prontas para outos destinos
em asas metálicas
asas que levam sonhos

quando é dura a decisão
de cair fora
se atirar dentro

nesta eu já embarquei
faz um tempo
sem perceber já estava dentro

para que o nexo?

27.1.10

sem título - 088

é fato
a memória dos odores de outubro,
daquele outubro
de manhã apreensivas
noites não dormidas pela espera

contorno esguio
retilíneo
de elegante sorriso

contínua situação
mudez para não delatar a insanidade
sem nomes nem mais anagramas
nehuma grama

impregnada
nas paredes
na rede
está a presença

sorriso multicolor
em meio a uma massa monocromática
que se materializou
3500 km depois

insanidade
leve descontrole
as adoráveis memórias
inominável certeza rastreada
de não ter havido outra
com mesmo timbre de voz
íntimo sorriso

a única que possui o beijo com a
fantástica força detonadora
igual ao brilho das estrelas

que logo se propaga ao infinito
que nenhuma outra apagará

sanidade e sobriedade
outra certeza