18.10.10

outras palavras - 001

"não poderia ser diferente

não viria de outra forma tal palavra
pronunciada,
manuscrita/ digitada...
não viria, se não fosse diferente"

Apenas palavras diferentes
de fatos inusitados
de um caos tão bem organizado...
ocorreria tal encontro de palavras,

Abaixo, seguem as palavras que
por acasos e esbarrões pararam em minhas mãos
mãos? email
que agora é o mais fácil meio.

Enfim, um texto da desconhecida Edna.
Tão sã quanto minha pessoa... ou não

"Uma folha em branco faz a gente pensar no que escrever.
Eu não. Simplesmente a folha em branco já me faz saber o que escrever.
As pessoas são diferentes e agem diferentemente uma das outras.
É por isso que eu sou diferente e penso no que escrever antes mesmo de escrever.
Por exemplo, agora não tive tempo de pensar no que escrever, mas a minha mão já se acostumou com o ritmo frenético de escrever que antes mesmo que eu pudesse pensar em algo minha mão já escrevia.
As idéias borbulham em minha mente...
Não sei o que faço para ser normal; intitulada de normal.
Eu sou normal dentro do meu conceito;
Eu não sou louca...
As loucas não sabem o que escrever...
Eu sei...
Então é isso? As pessoas é que são loucas?
Realmente é assim: eu sou normal porque sei o que escrever; as pessoas são loucas porque não sabem o que escrever.
E as colocações? E a conjugação correta do verbo?
Tem que fazer tudo isso?
Saber o que escrever não é saber escrever...
As leis da língua portuguesa nos norteiam.
Mas...
Quem me garante que a língua portuguesa está correta?
Se o texto e a criação são meus eu redigo conforme minhas leis...
Ah então estamos falando da licença poética...
Que bom! Realmente a língua portuguesa é correta.
Eu escrevo errado e ela me protege com a licença poética...
Por quê?
Para fazer uma poesia é necessário errar?
Não.
Mas eu erro você erra e nós erramos.
Não paremos, pois “a vida é efêmera”.
“Vivamos intensamente”...
Não é um pedido, mas uma ordem...
Conjuguei o verbo viver propositadamente no modo imperativo,
Porque se não se obriga, não se cumpre.
O ser humano é assim: até para viver precisa de ordem.
Que patético! Mas vamos terminar pelo menos a folha...
Vamos? Quem vai?
Somente EU estou fazendo esse texto...
Então não é “vamos”, mas sim “vou”!
Estou sendo prolixa em minhas idéias...
O que queria e acredito que tenha conseguido mostrar é a capacidade do ser humano em improvisar textos que não são obrigatórios.
A lei nos inibe e ameniza nossa capacidade de raciocinar em prol de uma dissertação.
Temos que nos limitar a um assunto.
Sou a favor da liberdade de produção de texto!
Mas isso não é possível.
Tudo bem.
Um dia quem sabe isso mude.
Enquanto isso eu fica aqui na esperança de o mundo mudar e ser normal."
"Edna Gomes"

14.10.10

sem título - 095

pois de repente as palavras sumiram..
e aquelas que tão facilmente saiam
tal qual letras que flutuam

pelas músicas que encaixam com teu sorriso
exalam a alegria que emana
tão fluida

por certo, de sorte tal
este homem que a tomar pra si
traz-me a adolescência na sua presença
rara presença
urgência dos sentidos..
som, o som de uma voz tão ímpar... única
hábito quase diário de observar o riso estático
a mulher de olhar melancólico hipnotizante

mulher aquela que consegue me perturbar!

5.10.10

outras palavras - 001