7.9.09

sem título - 080

Muito cedo ainda.
Aurora ainda não passou,
recolhendo seu manto noturno.

Cedo
Cedo para se definir.
Penumbras ainda.
Començando a luz azular.

Pios de pássaros.
Logo estarão em revoada,
Mais uma jornada do
dia a da.

Trocando o turno com
os morcegos que
agora se recolhem.

Os primeiros raios
começam a pintar de
vermelho as nuvens,
anunciando chuva
durante o dia.

O homem moderno,
que não vê mais as estrelas.

Vê apenas a lua,
alguns planetas,
e um céu monotonamente
alaranjado.

Tão artificial, quanto seus
sonhos consumistas.

Acorda não mais
com um despertador
mecânico,
aquele que teria dado corda
antes de Morfeu o chamar.

Seria muito irreal imaginá-lo,
acordando com o galo.
Agora com música
personalizada.


Perdeu-se o
romantismo.
Restou
erotismo;
o consum
ismo.

Outros tantos ismos,
que tornam sua vida
pateticamente
tão artificial
tão laranja
tão sem estrelas no céu.

Nenhum comentário: