30.11.07

sem título - 045


a noite e o café
os dois negros
a brisa de lagoa
que vem nos saudar


se vou sentir saudade de fortaleza?

com certeza, muito mais do que gostaria,
nunca vou esquecer,
que o caos propicia a >criação


tenho receio sobre o futuro da maldita

pois ela existe pelo caos cotidiano
a vida que borbulha
aglomerado de atos e atitudes

dissoantes
insanas
o delírio coletivo

o medo que reina, sempre

afirmo que este receio
não existe em mim

a violência que passa tão perto

rondando,
a fera que deixa rastros, a cada dia
esta fera não me dá medo


o real motivo de ir embora é apenas esse

ir embora

pois sempre estou indo

sempre está faltando algo

coerência talvez?

provavelmente será algo em mim mesmo

mas falta algo
e agora falta tão pouco
para
ir
mais uma vez

partir

deveria ser ainda diferente
deveria ser apenas eu e uma mochila
sem rumo até o dia em que,
dentro desta falta de rumo,

que o caminho se trace


sentir a presença do verdadeiro
Deus guiando
não o Deus católico, nem o islâmico

tão pouco o maia ou o aborígene

mas sim o grande arquitéto
aquele que traça as linhas invisíveis
dentro deste suposto caos
as vezes esta linhas, as letras, são tão palpáveis

e no caso são tantas e tantos caminhos
que mais parece um grande novelo
onde estou enrolado


as engrenagens

basta a vontade para girá-las

e todo o destino mudar
de rumo

tudo acontecer ou deixar de existir


o suposto livre arbítrio,

que no fundo
já esta definido


Neo diante do Arquiteto
as decisões
a onda levando até a praia

indo
a contagem regressiva a cada dia, menos um dia
por isso se um dia tiver que ir
ao meu destino
que seja hoje
o que se vê e o que se esconde

Um comentário:

Morganna disse...

ô, boa viagem, viu? pra tu e tua família! e venham visitar vez-em-quando a Cidade Solar.
Beijo.