16.6.11

sem título - 102

bem educada
cheia de poses
esta garça é uma graça

26.5.11

sem título - 101

tão bela Lua
que de prata, a lagoa, risca

inunda a visão
enquanto Alvin Lee se encarrega da audição

angutia-me não sentir o cheiro da noite
nem mesmo dos carros que circulam sob a janela

inodoro mundo ao redor

vem tu oh Lua
inundar os sentidos que me restam

23.5.11

inspiração - 003

23.4.11

sem título - 100

Sem palavras

Malditas elas são

para escrever é preciso a paixão
estar preso
a um fato, pessoa família

paixão, é o que move

se um veículo precisa de motor,
é a paixão o motor

que garante cada novo dia
que cada momento fique gravado

malditos são os dias perdidos sem paixão
dias vazios, sem inspiração

vegetativo
estagnado
pútrido

sentir o sol nascer e se por ..
mais uma manhã
e outro por do sol
e mais outro

somente vivendo
vazio

de que valem noites e mulheres?
de que vale o plural, se é o singular o que interessa?

Maldita estagnação
apatia

Postagem número sem título número 100

Onde estou eu mesmo?
Onde se perdeu a essência?

Onde está aquele que via a beleza nos menores detalhes?

Os dias se foram, um após um.
A realidade que... as pessoas tem relacionamentos.
Transas, encontro, interesses, desconfiança, jogo, interesse.. interesse.

eu
eu
eu
eu
eu
eu
eu
eu

Individualismo!

Onde está o sentimento de tirar o fôlego?
De fazer pensar a cada momento em alguém.

De ter insônia, preparar um café da manhã e esperar... e esperar

Saudade destes sentimento

Saudade de me atirar de olhos fechados sem pensar se irei me esborrachar.

A Maldita caiu, é fato. Algo em mim se perdeu ou se escondeu tão bem que.. não sei onde está mais.

Acho que jamais será a mesma, pelo fato de que eu mudei. Infelizmente
Mudei.

Acho que me tornei mais humano e com sentimentos mais humanos. Devo agora ter me tornado habitante do mesmo planeta destes símios vulgaris pseudo pensantis.

Até mesmo o blues tem abandonado meus dias.

Hoje possuo a lua na lagoa, mas a coruja branca não pesca mais.
A calmaria da noite chegou ao meu ser.

Maldita calmaria
Quando meu coração foi partido, propus viver um dia após o outro, sobre viver.

Antes tivesse parado naquela época.
Nem aparelhos para desligar existe.

Apenas a esperança que amanhã pode ser diferente.
Por mais "auto-ajuda" que pareça assim se "sobre" "vive"

Interessante a substituição do idealismo por bens materiais.
Que suprem por hora este vazio. Quando não suprir mais, só ganhar um pouco mais e adquirir mais uma quinquilharia.
Disso somos feitos, quinquilharias.

Uma vez uma pessoa escreveu sobre chegar sem máscaras..
E releio várias vezes este texto, mesmo sem esta pessoa saber.

mas...
de que vale
nada
nada
nad
na
n
na
nad
nada

cansei da maldita palavra
cansei de não sentir
ou saber que não se deve sentir.


foi bom até aqui.

mas a maldita palavra fica por aqui.

Obrigado aos meus poucos e parcos leitores.
Infelizmente o mundo me mudou, não sou mais aquele que antes escrevia.





























infelizmente

27.12.10

inspiração - 002

22.12.10

sem título - 099

eremita
andarilho
cigano por opção

entediado por vocação

apaixonado
esta é uma emoção

emoção de outrora
do tempo que acreditava

que cria existir apenas uma
quando na verdade,
olhando ao redor..
nenhuma

nenhuma que traga a



saudosa
emoção de outrora




nenhuma que tal coração
bata com aquele frio
frio na espinha

tal qual minuano que passa
que gela
congela
mesmo com grosso pala

andarilho a deriva
bons tempos de ventos
fortes que levavam a nau
atravessar o país

onde estará agora
aquela tempestade
que leva vikings longe

que pintam as ondas de branco
estufam a vela e o peito

agora esta calmaria
tediosa calmaria

que venha a tempestade

será esta uma súplica?

25.11.10

sem título - 098


aquele 20 postagens depois do 78

Não é mais que inodora, incolor e insípida a vida.
Mesmo que vivida, quanto mais vivida

mais ainda dela se intoxica

vida insalubre
que de não salobra
envenena

de viver muito
morre.

Único destino desde o princípio
silenciosa e macabra contagem regressiva

dona morte que de cima
ou de baixo
com seu negro manto
conta os dias sem nos contar
ou as parcas
tecendo dia a dia
nosso destino
enquando vivemos
sobre vivemos
até o tão esperado
uns pensam



inesperado


outros des esperados

enfim
um dia
sem mais nem menos


fim

8.11.10

sem título - 097

eu ouço


tu ... hein?


eles ... hãn?

6.11.10

sem título - 096

can can


máquinas dançam can can

máquinas de café, mulatinhas dançam samba

máquinas sentem perfume

gatos cafuné

proparoxítonas máquinas de fazer café

modernas e proparoxítonas máquinas de fazer crochê

e que se ilmunine

máquinas mulatinhas de fazer café

esquizofrênicas máquinas proparoxítonas de triturar futas

curiosas máquinas de estiramento

se pudessem tais máquinas de estiramento

estirar o tempo
tornar cada vão minuto
daquele sabor que emana
sabor que exala
entra pelas narinas
aquele céu
que me absorve
absorver?
reter?
é isso que quer dizer?

talvez só ab sorver
para dis solver
como um suco?
ou açucar no copo?
como açúcar no café?
das máquinas mulatinhas proparoxítonas de fazer café?

dis solver
como a areia entre os dedos

mas molhada não dissovel..
gruda
grudar também é dis solver
iludir
di luir
di minuir
f luir
usu fruir

18.10.10

outras palavras - 001

"não poderia ser diferente

não viria de outra forma tal palavra
pronunciada,
manuscrita/ digitada...
não viria, se não fosse diferente"

Apenas palavras diferentes
de fatos inusitados
de um caos tão bem organizado...
ocorreria tal encontro de palavras,

Abaixo, seguem as palavras que
por acasos e esbarrões pararam em minhas mãos
mãos? email
que agora é o mais fácil meio.

Enfim, um texto da desconhecida Edna.
Tão sã quanto minha pessoa... ou não

"Uma folha em branco faz a gente pensar no que escrever.
Eu não. Simplesmente a folha em branco já me faz saber o que escrever.
As pessoas são diferentes e agem diferentemente uma das outras.
É por isso que eu sou diferente e penso no que escrever antes mesmo de escrever.
Por exemplo, agora não tive tempo de pensar no que escrever, mas a minha mão já se acostumou com o ritmo frenético de escrever que antes mesmo que eu pudesse pensar em algo minha mão já escrevia.
As idéias borbulham em minha mente...
Não sei o que faço para ser normal; intitulada de normal.
Eu sou normal dentro do meu conceito;
Eu não sou louca...
As loucas não sabem o que escrever...
Eu sei...
Então é isso? As pessoas é que são loucas?
Realmente é assim: eu sou normal porque sei o que escrever; as pessoas são loucas porque não sabem o que escrever.
E as colocações? E a conjugação correta do verbo?
Tem que fazer tudo isso?
Saber o que escrever não é saber escrever...
As leis da língua portuguesa nos norteiam.
Mas...
Quem me garante que a língua portuguesa está correta?
Se o texto e a criação são meus eu redigo conforme minhas leis...
Ah então estamos falando da licença poética...
Que bom! Realmente a língua portuguesa é correta.
Eu escrevo errado e ela me protege com a licença poética...
Por quê?
Para fazer uma poesia é necessário errar?
Não.
Mas eu erro você erra e nós erramos.
Não paremos, pois “a vida é efêmera”.
“Vivamos intensamente”...
Não é um pedido, mas uma ordem...
Conjuguei o verbo viver propositadamente no modo imperativo,
Porque se não se obriga, não se cumpre.
O ser humano é assim: até para viver precisa de ordem.
Que patético! Mas vamos terminar pelo menos a folha...
Vamos? Quem vai?
Somente EU estou fazendo esse texto...
Então não é “vamos”, mas sim “vou”!
Estou sendo prolixa em minhas idéias...
O que queria e acredito que tenha conseguido mostrar é a capacidade do ser humano em improvisar textos que não são obrigatórios.
A lei nos inibe e ameniza nossa capacidade de raciocinar em prol de uma dissertação.
Temos que nos limitar a um assunto.
Sou a favor da liberdade de produção de texto!
Mas isso não é possível.
Tudo bem.
Um dia quem sabe isso mude.
Enquanto isso eu fica aqui na esperança de o mundo mudar e ser normal."
"Edna Gomes"

14.10.10

sem título - 095

pois de repente as palavras sumiram..
e aquelas que tão facilmente saiam
tal qual letras que flutuam

pelas músicas que encaixam com teu sorriso
exalam a alegria que emana
tão fluida

por certo, de sorte tal
este homem que a tomar pra si
traz-me a adolescência na sua presença
rara presença
urgência dos sentidos..
som, o som de uma voz tão ímpar... única
hábito quase diário de observar o riso estático
a mulher de olhar melancólico hipnotizante

mulher aquela que consegue me perturbar!

5.10.10

outras palavras - 001

28.9.10

mais do que palavras - 027

Inspiração

uma boa palavra
um dia chego lá

14.9.10

il genes

Eu nunca vou entender porque você é exatamente o que eu quero, eu sou exatamente o que você quer, mas as nossas exatidões não funcionam numa conta de mais.

22.8.10

Ane Amarilo



Companheira madrugada,
quando todos dormem,
quando parece minha a cidade
pela janela o silêncio escuro e alaranjado.

Luz negra com seu toque fantasmagórico.

Quantas noite a insônia veio me chamar?
Que mundo é este onde aterrizei?
Que maldito mundo é este?

Maldito amor enlatado
sem sabor
malditas vulvas sequiosas
desejosas de uma vara que as façam gemer.

Malditas aquelas que gozam comigo.
Rosto rápidos perdidos.
Boca após boca.
Malditas todas.

Pois nenhuma consegue
nem quer
nem deseja comover
e sim gozar.

Que merda é comover?
Que merda é tocar?
Que merda de sentimento se deseja?

O beijo que é apenas o primeiro passo,
nada mais que isso...
A cama de lençóis virados.
Calor salgado,
brisa artificial sobre os corpos.

Cada uma com seu gosto diferente.
Cheiros, toques.

Uma após uma
apenas mais uma.

Que merda de lembrança é esta?

Por que ainda hoje esta presente, como se nada tivesse passado?
Por que ainda este amor, Ane Amarilo?

Quem é esta mulher que lacrou um coração quando foi embora?

Que Outubro foi aquele?

O mês mais intenso dos 37 anos.

Dane-se o juízo.
pois o juízo final decide tudo.

Atitude insensata escancarar
falar sobre assunto enterrado.

Mas sempre esteve em cova rasa.
Muito rasa.
Insensato, dizer que nenhuma mulher se compara a Ane Amarilo,
mesmo depois de quase dois anos.

Está ainda latente.
Ainda está no chuveiro dizendo:
- fecha a água, não desperdiça...

Sim, penso todos os dias,
lembro, fecho os olhos
ainda suspiro e levito quando vejo a imagem flutuando
na minha mente.

Não importam quantas e quem foram as mulheres que passaram em minha cama, nem as que passarem, não desejo o gozo que não seja contigo Ane Amarilo.

Repito hoje e repetirei por longa data.
Não existe outra em minha vida Ane Amarilo, a mulher em minha vida, única é você, independente do tempo e da ausência.

12.8.10

sem título - 097

- Chegou o tempo da solidão.

- Tempo da solidão?

- É..
- Como assim, tempo da solidão?


10.8.10

sem título - 096

aquela metade

vaga neste mundo

metade que ainda não veio

sem título - 095

minutos aqueles

dentro do dia amanhecido

minutos
de lábios desconhecidos

intersecção fugaz

por minutos salva do inerte
sentimento de muito tempo esquecido

agora desperto
e pra que?

10.5.10

cripto

ACNRA.RCøøIOTEøøøABFNMENASNBEADPøAMEÃAMZALS,OøO,!øøEEøøÉøøøFSTUAVøSFVAOAøIOAEIOLUMLNCMøCCTøEODÊOAAÊA

sem título - 094

O restaurante já foi considerado um bordel em outra época,

denominado "IDEAL".
Nome e definição poupam maiores explicações.

Tempo passou, virou restaurante.
O estigma ficou, os freqüentadores, muitos também.
Em gênero, espécie e procura.

É a cozinha mais próxima do prédio, possui boa "maminha", aqui sem duplo sentido.
Também a pizza de atum com champignon.

Música ao vivo, "o melhor da MPB" segundo ele.
entenda-se predileção do cantor/público por Fábio Jr. e afins.

A cozinha mais próxima.
Adorável prazer da observação.

Ela parece uma chaminé, não deve ter menos de 45.
Faz pose para fumar, em sua "consciência" tenha a ilusão que a "pose" demonstre ter classe. Classe em um lugar tão desclassificado.

Traga fundo,
ri soltando fumaça aos socos,
em direção ao teto

Chaminé..

Aquele cabelo não deve mais ser tão negro como a tinta mostra.
Qual falsidade esconde por baixo da tinta, da pose?
Qual seria seu fetiche, ao jogar charme para o guardador de carros
do lado de fora do restaurante?

Onde mora?
Onde trabalha?

Qual a sensação ao pintar os olhos, cada vez mais velhos?
De olhar seus lábios cada vez mais sem vida.
Dia após dia esvaindo a feminilidade.

Ainda sozinha.
Quantas contas para pagar?
Qual e quando terá sido seu grande amor?

Por que nesta idade ainda sozinha?
A pose de mulher resolvida.
Não seria esta a falsidade?
A tinta para cobrir o fracasso como família que não formou?

Onde ficou o desejo pela maternidade?
Será ela mãe?
Avó?

Envelhecerei observando?
Dia após dia, observando mais e mais fios brancos em minha barba,
Olhos que apesar de carregar ainda a infância
já se demonstram tão cansados.

Mãos que não possuem a textura de antigamente.
A seriedade do adulto no espelho,
maturidade, responsabilidade, planos e crescimento.
Contraste com a paixão adolescente de sempre.

Casos e histórias para se contar,
tantas histórias.

Olhos cansados de ver em cada mulher do passado,
em cada uma, um erro diferente.

Cena no ônibus, onde um casal de velhos
bem velhos, no banco da frente
olhares perdidos
passando por uma cidade que se transformou
dia após dia,
frente a seus olhos.

Aliança grossa nos desdos
a mão dela segurando o braço dele,
descansado sobre a perna da esposa.
Com olhar perdido,
num reflexo condicionado de toda a vida
ela afaga o braço do companheiro.
Este responde com uma leve pressão da mão na perna da esposa.
Sem desviar o olhar perdido,
estão ligados,
sempre estiveram.
Não percebem o observador.

Observar o quotidiano
Alegrias e náuseas.

Futilidades,
inutilidades.

Maldito Vinícius que Banalizou o verbo amar
quando ensinou o
"eterno enquanto dure".

Maldito eterno enquanto dure.

O até que, apenas, a morte nos separe.

Não deixarei de acreditar,
anos que passaram
mulheres
frases e fases...

Posso tornar-me um observador idoso
mas jamais me renderei ao
eterno enquanto dure.

Sou ambicioso,
busco a mulher que vai acordar
todas as manhas na minha cama.
Mesmo que jamais use o mesmo travesseiro dela.
Ou a toalha.

Busco a presença, mesmo a respiração em silêncio,
os passos dentro de casa.
O horário de sempre.
As frases e atitudes habituais.

...e na velhice a mão sobre meu braço,
em um afago automático,
como sempre fez, a vida toda.

A pizza acabou,
de volta a realidade.

Aquela que parecia uma chaminé se foi
sem perceber,
perdido em meus pensamentos.


Uma gorgeta,
e ir para casa.

Quanto tempo faz
que seu olhar me perturbou?
Já nem sei.
Desde sempre, talvez.

Estava dormindo, quando você me acordou de madrugada.

Quando me acordou.